Ele me disse que na Grécia Antiga se identificava pelo rosto
a doença que uma pessoa portava. Sorte a minha que tal conhecimento já se
perdeu, ou ele saberia que não era de uma doença que eu padecia enquanto ouvia
sua explicação. Entre o expresso e os livros de Kafka, passando pela leitura
agnóstica de tarôs online, meu cérebro pensava tornar matéria o que até então
era só ideia. Quem era até então livro, se fez homem no meu mundo. E valha-me a
santa matéria, mas que homem! Digam o que quiserem, nada me convence de que ele
não é lindo! E sua voz suave... Ah como eu gosto de voz suave! Mas o cérebro
não faz matéria, ele só fantasia. É ridículo, mas sonhar ainda é permitido,
mesmo quando te empregam o pronome de tratamento “cara”, ao menos a despedida
foi um “grande abraço” e não um triste “atenciosamente”.
Mariana Penna (2014)
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