“Se não posso dançar, essa não é
minha revolução”
Emma Goldman
Direcionava-me para a calçada
da praia, nosso ponto de encontro. No caminho, muitas pessoas felizes, ao menos
eufóricas e festivas pareciam. Caminhava ao encontro de meus companheiros,
sentia um certo desconforto ao observar os transeuntes.
Cheguei, iríamos para uma
atividade de lazer, em tese, mas o tom era sério: em roda todos aguardavam por
outros dois companheiros: um era o nosso principal formulador, o segundo,
egresso de um outro coletivo mas que agora conosco estava. Aguardávamos
preocupados, um dentre nós apresentou a possibilidade da exposição já estar
fechada. Era para lá que intentávamos nos dirigir. Pensávamos: “onde estarão
nossos companheiros?”. O mais antigo devia estar preocupado com alguma demanda
política, o mais novo, não fazíamos idéia. Faltam dez minutos para as oito
horas, não podemos mais esperar. Corremos para a exposição... em vão, um cartaz
na porta informa que fechou às sete e meia. Descobrimos que o companheiro mais
novo está lá dentro, chegou mais cedo e foi ver a exposição sozinho. Um de nós,
revoltado por ter perdido a possibilidade de ver a exposição, discute
calorosamente na bilheteria. É reprimido. Restou-nos ficar na esperança de que
a exposição venha a ser repetida outra vez.
Mariana Penna, 2009.
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