quinta-feira, 27 de março de 2014

Pesadelo (na vida?)



“Se não posso dançar, essa não é minha revolução”
Emma Goldman

Direcionava-me para a calçada da praia, nosso ponto de encontro. No caminho, muitas pessoas felizes, ao menos eufóricas e festivas pareciam. Caminhava ao encontro de meus companheiros, sentia um certo desconforto ao observar os transeuntes.
Cheguei, iríamos para uma atividade de lazer, em tese, mas o tom era sério: em roda todos aguardavam por outros dois companheiros: um era o nosso principal formulador, o segundo, egresso de um outro coletivo mas que agora conosco estava. Aguardávamos preocupados, um dentre nós apresentou a possibilidade da exposição já estar fechada. Era para lá que intentávamos nos dirigir. Pensávamos: “onde estarão nossos companheiros?”. O mais antigo devia estar preocupado com alguma demanda política, o mais novo, não fazíamos idéia. Faltam dez minutos para as oito horas, não podemos mais esperar. Corremos para a exposição... em vão, um cartaz na porta informa que fechou às sete e meia. Descobrimos que o companheiro mais novo está lá dentro, chegou mais cedo e foi ver a exposição sozinho. Um de nós, revoltado por ter perdido a possibilidade de ver a exposição, discute calorosamente na bilheteria. É reprimido. Restou-nos ficar na esperança de que a exposição venha a ser repetida outra vez.


Mariana Penna, 2009.

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